sexta-feira, 12 de junho de 2015

A mancha


Cai café,
mancha de tempo os distantes
por um pequeno instante
toda mancha da vida
vira um emaranhado de palavras
Indistinguíveis
Exceto por quem já foi manchado
Pelo mesmo café

Os camaradas oferecem pano
Ou sugerem fotografar
Cada mancha
Adotada como um cãozinho
Marrom-escuro
Escolhido por afinidade
Por um ou vários ou todos
Todo não sou já é

A mesa é branca
mas nela se evita espírito
E é redonda
Mas nem se fala em currículo
É única barreira
E havia há minutos até
Parede alta e espessa
Alicerçada em restos de relógio
Digital, de pulso, de parede, analógico
Construída a blocos de notas
De cem reais
Grudados à melosidade
De relacionamentos
Materiais tão resistentes
Diluídos em café
Tão facilmente

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