domingo, 19 de julho de 2015

Cédulas falsas

Este poema é falso
Como finjo que sou
Prometo que é
Juro mesmo que solto
Do verdadeiro
Me enraízo em congruência

Te escreveria um tratado
De paz, e tu sabes, pela tua importância.
Percebeste pelas ofertas
De bolo e concordâncias
De afeto e cervejas
Várias cervejas de trigo
Importadas, sobretudo, da Alemanha
Que não ofereci
Nem pensei
Mas com cédulas falsas comprei
Não de dólar, não de peso
de mentira
Moeda barata
Não rara, impossível
Vale menos que o real
Menos que um real é o que paga
Quem recebe é quem dita
O valor da moeda

Que minha aflição vibre!
E alcance teus ouvidos grossos
E que tu aceites
O barato como caro
Em forma de 
Especial,
O ordinário
Falso de tanto falsificar

sábado, 11 de julho de 2015

Poema II

Na pele da amizade você é a verruga

Do corpo da loucura é o microrganismo expelido

É o não-ser em meio aos seres

É a não-vida em meio às vidas

É o alimento pressionado contra a glote

A pica que não quer entrar

O sem si, o sem gozo, inigrupável

O desprezível mudo

Troçado inconversável

Quando magnetizado

Sobre o imã sujo