Sangue de plebe, sangue de pobre
Sangue de rico, sangue de nobre
tudo pingando no solar
Sangue de rico, sangue de nobre
tudo pingando no solar
pigmentando o mesmo lugar.
Pingo de um.
Pingo. Pingo de outro.
Pingo de um.
Uma roxura blasfêmica
para o poeta que vê e prefere
não comparar
à cor dos quebrados porque a sorte bateu.
Roxo tanto que as palavras em repulsa
se envergonhariam com a descrição lilás
por isso não se doam não, se vendem
ao que escreve, o único
que tem interesse na alocução, aliás.
Fogem da cor da mistura
(carnavalesca, de
sublime feiura
beleza grotesca
natureza absurda).