Tenho vontade de chamar-te, amor
Para saber que vou chamar-te amor
Antes que eu te assuste ou te afaste
Ou fique mais bobo que a imagem que tens de
mim
E me mate
Não me amedronta a bobagem, dê-me trela
O que me põe medo é a sua reação a ela.
Justifico: meu ritmo é diferente
Demoro todo o tempo que não passa
balançando cabeça e pés
Em músicas quentes
Mas movo cadeiras, salões invado
Se o mundo à minha volta é desacelerado
E me deixo embalar sem preocupação
Pela melodia da calma, envergonhada e
gostosa...
Canção
Que me cantou lenta e sorrateiramente
Silenciosa e clandestina, mente
Pras cordas do meu violão
Eu sigo a partitura submisso
Esperando pelo momento de improvisar
Mas preparando a improvisação.
Demorei a responder teu poema meloso
ResponderExcluirpor medo de soltar palavras duras.
Tu fostes guiado por Neruda
Que em tão fervoroso amor
Acabou por enfim entregar-se sem pudor.
Amigo, palavras dóceis não te darei.
E nem dela deves esperar.
Sei que julgo e jogo alto
Mas dela nenhuma canção irá vingar.
Ela mesma se condena e só ela pode se salvar.
Tu escolhestes o mar de rosa
Onde só vais se espinhar.
Desgostosa eu acompanho
Esse jeito estranho que vocês tem de se amar.
http://papeldesemica.blogspot.com.br/2015/03/resposta-seca.html