(Mundo fundo mundo eu me afundo em mim mudo
Imundo inundam-me segundos vagabundos)
Passo na pele a criatividade do mundo
A que me era natural acabou ontem
O perfume encantado atraía de longe
Hoje nem o olfato dos insetos notou
E como dela pudesse comprar um fardo
Trabalho
E como se a falta cheirasse a desespero
Dinheiro
E como a sentisse deslizando na mão
Ficção
Corro nesta competição para a frente que me é trás coletando de
algum sujo chão algumas folhas de algum valor notas que pagam-me
o suor mas pouco compram-me o cheiro bom e pela primeira posição
persisto com falta de ar e câimbra e ferida e calo e dores de exaustão
Enfim...
A...
Chegada.
Amanhã...
Mais...
Depressa.
Gritam sonoros "força foco e fé"
Sobre um cético fraco desfocado
Que segue arruinando a planta dos pés
Que o deveriam suportar (aplausos)
Que mais os outros contam senão teu êxito? Eles
Que não sabem que é o banho que te move a vida
Que não viram o prazer
Que tens ao esfregar-te como em uma briga a criatividade
Que compraste pra ti, mas que não é tua e, meu Deus, o
Que foi aquela queda sofrida?!
Mas agora cheiro bem, respondo
Indo de novo para a corrida
(Mundo fundo mundo eu me afundo em mim mudo
Imundo me inundam segundos vagabundos e infecundos)