Nasci no ensino médio
É o que se vê
Técnico
Como os trabalhadores mais respeitados
Ah, tanta experiência
Muitas horas, muitas horas
Meus nomes são outros agora:
Refiz para crescer com eles
Mas são menores
E quem se importa?
Não se encontram mesmo em meio a tantos
E numa busca pelo verde dos meus anos
Entre os galhos secos daqueles feitos
É preciso marcar letras garrafais
Nos caules longos com o mínimo de vida
Das lembranças sublimes da infância
Não há página que se imprima
Triturei meus amigos
Meus chinelos desritmados
Meus amores fantasiados e tristes
Meus jogos de computador
Companheiros de papel pintado
E mágoas que mordem as paredes da minha boca
Amasso minhas impressões cheias de erros
E as coloco numa lixeira para incinerar
Como se as manchas de tinta fresca
Não contassem as histórias do que serei
Tantas árvores jogadas ao chão
Para agradar aos caprichos do meu ego
A biografia se resume ao Lattes
E a expandi-la me entrego