domingo, 5 de novembro de 2017

Hoje à noite

Hoje à noite eu morreria feliz
Morreria porque tua pupila
expandia enquanto me olhavas
E só por achar que tu me vias
Eu sorriria 
no último chão

Mas não posso morrer hoje à noite, não
Ninguém cuidaria melhor
das borboletas no meu estômago
E dos bichos da minha razão
que ainda nem destroem as plantas do nosso lar

Nego os perigosos veículos alheios 
de atravessar minha frente
- só te vejo -
Impeço os raios
que se atraiam por minha cabeça
- mas tu podes -
Rejeito que os choques
corram por meu corpo
- é ofício das tuas mãos -
Proíbo as balas perdidas
de se abrigarem no meu peito
- não cabe mais que você

E negando 
não morrerei
hoje à noite
Porque os melhores beijos
podem vir pela manhã

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